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Tratamento de Disfunção Articular

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A articulação temporomandibular (ATM) é a região responsável por unir a mandíbula ao osso temporal (próximo ao ouvido). É a ATM que nos permite abrir a boca, falar, mastigar, sorrir e bocejar. Alterações esqueléticas, dentárias ou musculares nesta região podem trazer de simples desconfortos articulares até sérios problemas com sintomatologia dolorosa (dores de cabeça crônica, por exemplo).

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  Ranger os dentes, manter a cabeça em má posição, apoiar o queixo sobre a mão, sofrer traumas, estresse,ansiedade, roer unhas ou utilizar próteses dentárias mal adaptadas, são situações que favorecem o surgimento da Disfunção Temporomandibular, podendo causar dores, limitar a capacidade de movimentar a mandíbula, dificultando, inclusive, a mastigação.

  Além disso, são muito comuns dores de cabeça tensionais, dores cervicais e nos músculos laterais da face (masseter e temporal principalmente), quando ocorre algum desiquilíbrio nesta articulação.

  Um exame minucioso, com auxílio de exames radiográficos, tomografia e ressonância magnética, podem definir a melhor maneira de se tratar uma disfunção na ATM (conhecida como DTM). 

  Os tratamentos vão desde simples compressas, passando por SPLINTS (placas inter oclusais), medicações (relaxantes musculares e anti-inflamatórios), aplicações de botox, agulhamento a seco, tratamentos ortodônticos, viscossuplementação articular , e até mesmo procedimentos cirúrgicos (artrocentese, discopexias, cirurgia de recaptura de disco, entre outros) quando necessários. Enfim, há uma gama muito grande de indicações e tratamentos para DTM.

  Usualmente, tratamos de maneira interdisciplinar com auxílio de fisioterapeutas, osteopatas, acupunturistas, psicólogos e psiquiatras dependendo da gravidade do caso.

Placas Oclusais e Miorrelaxantes

Créditos: Dra. Luciana Sargologos

  Nos dias de hoje percebemos que, cada vez mais, o clínico se defronta com situações em que o paciente apresenta sinais e sintomas de distúrbios relacionados às articulações temporomandibulares (ATMs) e músculos associados ao sistema estomatognático. Isto decorre, dentre outros fatores, do fato de hoje estarmos vivendo uma época em que o nível de estresse emocional tornou-se elevado, um número cada vez maior de indivíduos com idade avançada e por isso uma maior manifestação de doenças degenerativas, além de presenciarmos hoje um maior desenvolvimento técnico-científico que permite o conhecimento de uma série de condições que antes eram ignoradas ou não consideradas.

  Nas últimas décadas, um assunto que vem interessando cada vez mais os clínicos e pesquisadores são as desordens temporomandibulares (DTMs), sendo que o aumento contínuo de artigos e trabalhos científicos a esse respeito reflete a importância atribuída pela comunidade odontológica a este assunto em particular.

  Segundo o NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH (NIH), numa estimativa aproximada, existiam em meados da década de 90, 10 milhões de pessoas apresentando DTM nos Estados Unidos da América.

  Segundo a ACADEMIA AMERICANA DE DOR OROFACIAL, desordens temporomandibulares (DTMs) é um termo coletivo que abrange vários problemas clínicos que envolvem a musculatura da mastigação; a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas ou ambas.

  Vários estudos mostram a ocorrência de sinais detectáveis de alterações associadas às disfunções da ATM em; 50 a 60% da população, no entanto somente entre 10% e 20% da população referem queixas de sintomas relacionados às desordens da ATM e somente 5% efetivamente constituem um grupo com sinais e sintomas que podem ser considerados como típicos pacientes com disfunção da ATM. 

  Esta situação tem levado os profissionais a desenvolver métodos de diagnóstico e tratamento para o grande conjunto de situações clínicas (problemas esqueléticos, oclusais, musculares, articulares etc.), que podem estar relacionados às disfunções das ATMs.

  Dentre o arsenal de recursos utilizados, temos as placas oclusais e mais especificamente as placas estabilizadoras (miorrelaxantes) como um dispositivo para diagnóstico e/ou tratamento de grande importância para o clínico.

  Vários autores tais como OKESON, MOHL et al. observaram grandes evidências em pesquisas de que os tratamentos com placas oclusais apresentam sucesso de 70 a 90% na redução dos sintomas relacionados as disfunções das ATMs, principalmente sintomas de origem muscular.

 

Conceito

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  A placa ou splint oclusal é um aparelho removível, geralmente confeccionado com resina acrílica, incolor, rígida (não flexível), que recobre as superfícies incisais e/ou oclusais dos dentes em um dos arcos, criando um contato oclusal adequado com os dentes antagonistas e/ou um melhor relacionamento côndilo-disco. Atualmente produzimos placas em resina liquida com auxílio de impressoras 3D e softwares de planejamento digital , para confecção da mesma, com maior nível de precisão e detalhamento.

 

Tipos

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  Vários autores relacionam diversos tipos de placas oclusais, e estabelecem classificações segundo a finalidade e características delas.

 

1- Placa Permissiva - Os côndilos ficam livres para excursionar sem restrições de movimentos.

 

Exemplos: Placa miorrelaxantes (estabilizadora) - de cobertura total. Placas miorrelaxantes com  cobertura parcial.

 

2 - Placa Directiva - Tem por objetivo posicionar a mandíbula numa relação especifica com a maxila, alinhando côndilo e disco.

 

Exemplos: Placas de reposicionamento anterior.

 

PRÍNCIPIO DE AÇÃO DAS PLACAS

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  A razão da eficiência na redução de sintomas não está totalmente clara, mas várias teorias foram propostas para tentar explicar seu mecanismo de ação. CLARK, num artigo de revisão enumera 5 teorias que explicam o mecanismo de ação das placas interoclusais:

1- Teoria do desengrenamento oclusal que proporciona ao paciente, através da placa, uma oclusão “ideal".

2. Teoria da restauração da dimensão vertical de oclusão que devolveria ao paciente a dimensão vertical de oclusão (DVO) que foi perdida, reduzindo ou eliminando todas as atividades musculares anormais.

3. Teoria do realinhamento maxilo-mandibular que preconiza o alinhamento da posição mandibular em relação à maxila através de placas interoclusais baseando-se em detalhes anatômicos que orientariam a montagem dos modelos em articulador.

4. Teoria do reposicionamento da ATM para uma posição determinada através de exames radiográficos.

5. Teoria da consciência cognitiva que se baseia no conceito de que a presença de qualquer tipo de aparelho interoclusal na boca alerta o paciente constantemente a alterar os comportamentos anormais ou danosos ao sistema estomatognático.

 

  Alguns desses conceitos estão relacionados à oclusão, embora o papel da oclusão em DTMs seja controverso. Estudos atuais indicam que fatores oclusais (por exemplo: interferências no lado de trabalho, ausência de guia incisal) por si só não causam DTM. Contudo, quando cargas excessivas (apertamento, por exemplo) são impostas na presença dos fatores oclusais, sintomas podem ser precipitados. Nestes casos os fatores oclusais são considerados fatores secundários e tratamentos complementares devem ser associados.

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